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Professores e merendeiras de Guaratinga registram boletim de ocorrência por apropriação indébita de 50% dos salários
Prefeitura revelou que é o segundo mês deste ano em que realiza esse desconto na educação e que só retornará as negociações quando houver melhoria no saldo financeiro.
Professores e merendeiras registraram um boletim de ocorrência nesta quarta-feira (02) por apropriação indébita da Prefeitura de Guaratinga ao ter descontado de 70% a 50% nos salários no mês de julho. O site FURO31 esteve presente durante o registro da ocorrência e conversou com a categoria, veja na reportagem acima.
“A Prefeitura de Guaratinga descontou na folha dos profissionais de educação mais de 50% dos salários. Pegamos nossos contracheques e descemos para a delegacia reivindicando nossos direitos e fazendo um boletim de ocorrência.[…] Nós consideramos uma apropriação indébita em nossos salários”, disse Claiton Ribeiro, coordenador da Aplb Guaratinga.
Merendeiras e zeladoras foram as mais prejudicadas. “Fui punida no meu salário. Eu só recebi R$ 430 que não é justo, tenho contas a pagar. Eu quero meu dinheiro, a greve é legal e temos que receber sim”. Contou a merendeira, Maria Célia.
A situação de impasse entre a gestão municipal e a APLB vem se arrastando há meses. Em março, a gestão ofereceu um reajuste de 10% dos professores e 20% para merendeiras, porém a categoria não aceitou a proposta.
De acordo com o sindicato, o valor proposto pela prefeitura fica abaixo do piso salarial nacional estipulado em lei nos últimos três anos, onde não foi concedido 45,18%. Além do adicional de insalubridade de merendeiras e faxineiras retirado em 2022, reforma das escolas, transporte escolar e merenda de qualidade.
Há três meses a educação do município trabalha com 50% do efetivo, mantendo os essenciais serviços necessários ao bom funcionamento da rede escolar municipal.
Em nota, a Prefeitura de Guaratinga confirmou o desconto salarial no mês de julho de 50% em virtude da greve decretada pela categoria, que resultou em uma carga horária de trabalho reduzida equivalente a meio período.
A gestão revelou ainda que é o segundo mês deste ano em que realiza esse desconto na educação, sendo o primeiro em maio e que em junho não realizou qualquer desconto. Por fim, a prefeitura alegou não ter receita para conceder reajustes maiores que o proposto e que só retornará as negociações quando houver melhoria no saldo financeiro.
Enquanto isso, os mais de 3 mil alunos da rede pública de educação municipal, seguem preocupados com a possibilidade de interrupção do calendário escolar de 2023.
Fonte: Furo31